Descobri a irresponsabilidade de Agualusa

Embrulhado neste azul e verde que se misturam em cores ainda não inventadas descobri como um puto ingénuo Agualusa e deixei-me encantar pela sua confusão tranquila, ironia desconcertante e olhar directo e transparente perante os nós das histórias simples. No "Vendedor de Passados", temperado pela brisa de um mar único onde a vida se encontra olhos nos olhos contigo, reli pelo menos dez vezes "a felicidade é quase sempre uma irresponsabilidade. somos felizes durante os breves instantes em que fechamos os olhos". De olhos bem fechados, para não se ferirem com o precioso sal deste mar, mergulhei numa irresponsabilidade sábia e reconfortante.

Fechado para balanço!

Os pés inteiros no chão a sentir o quente que sobrou do sol de final de tarde. A brisa fresca a seduzir os pêlos das minhas pernas, cansadas e relaxadas como só podem estar no verão, a meia luz a convidar a uma "sesta" pré-cama no sofá. Os barulhos que só existem numa cidade a adormecer, o gemido dos carros, o choro das gaivotas, um chamamento perdido de um rapaz a comprar mais uma dose, uma roldana ferrugenta a exigir reforma, o gracejar da vassoura do lixeiro. Só um corpo pronto para fechar para balanço se pode dar a estes pequenos luxos sensitivos, férias o (re)encontro com os nossos sentidos! até já...